Mulheres artistas exploram a interseção entre luz, espaço, tecnologia e comunidade

A luz desempenha um papel essencial no mundo do design de interiores, mas também pode criar espaços públicos imersivos. Enquanto James Turrell, Olafur Eliasson e Dan Flavin são celebrados por sua maestria na transformação de cores, reflexos e contrastes luminosos, é importante notar que o campo da iluminação artística não é exclusivamente dominado por homens. Em resposta à falta de representação de artistas femininas na área da luz, uma perspectiva inovadora e esclarecedora surge dos designers de iluminação britânicos Sharon Stammers e Martin Lupton, do Light Collective.

Após a criação da plataforma "Women in Lighting", o livro delas intitulado Women Light Artists dá um passo audacioso ao nos apresentar 40 mulheres criativas cujo trabalho irradia engenhosidade e brilho. O livro oferece uma variedade de projetos fascinantes, que vão desde piscinas interativas até a dança das sombras coloridas da luz do dia sobre uma ponte em Londres, da projeção tranquila em um marco icônico de Berlim até o arco-íris vibrante que se curva sobre o horizonte de Manhattan. Cada obra incorpora um diálogo único entre luz e espaço. Essa jornada luminosa presta uma valiosa homenagem ao poder das mulheres artistas que, por muito tempo, ficaram nas sombras.

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Cortesia de Jen Lewin, foto de Alex Koch

Jen Lewin

A artista Jen Lewin, baseada em Nova York (1974, EUA), é apaixonada por criar instalações interativas em grande escala em espaços públicos. Ela acredita que a arte grandiosa tem o poder de se tornar uma plataforma que reúne pessoas, promovendo criação, envolvimento e inspiração na comunidade, além de encorajar e apoiar a participação ativa. Seu projeto "The Pool" exemplifica essa visão, apresentando um campo gigante de círculos concêntricos que se iluminam quando são pisados. Esse conceito lúdico motiva adultos e crianças a pular e correr, deixando um rastro de luz atrás deles. Além disso, Lewin pode simplesmente apertar um botão para mudar o esquema de cores geral, transformando a instalação em uma composição vibrante de cores diferentes, criando momentos surpreendentes que fazem os visitantes parar por um momento. Desde 2008, "The Pool" viajou para inúmeras exposições em mais de 20 países.

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© Claudia Paz, PIXEL FLOW REALIZACION

Claudia Paz

Com formação em arquitetura, Claudia Paz (1970, Peru) desenvolveu um profundo fascínio pelo universo da luz, frequentemente explorando a combinação entre cores e sons em seu trabalho. Uma de suas obras notáveis, "Pixel Flow", criada em 2015, consiste em um círculo de linhas verticais de pixels localizado em uma área privada dentro de um parque maior em Lima. Essa instalação permite que as pessoas interajam com a luz e entre si. Cada movimento feito pelos participantes desencadeia evoluções nos padrões de cores, que se transformam e se deslocam em resposta aos gestos. Além disso, um sistema de áudio generativo reage de forma única, criando uma trilha sonora dinâmica para a experiência de cada usuário.

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Cortesia de Liliane Lijn / Temenos

Liliane Lijn

Várias instituições, como o Tate e o Victoria and Albert Museum, adquiriram obras da artista Liliane Lijn (1939, EUA), que é baseada em Londres. Ela passou os primeiros anos de sua carreira em Paris, nos anos 1960. Sua escultura "Temenos", concluída em 2021 na Granary Square em Londres, pode ser interpretada como uma metáfora da interdependência que existe entre todos os seres vivos, desde os seres humanos até as espécies mais simples. Esta obra consiste em nove postes em cada lado que diminuem progressivamente em comprimento. Os dois postes mais altos inclinam-se em direção um ao outro e conectam-se ao poste central. Cada poste subsequente em ambos os lados se apoia em um poste mais alto.

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Cortesia de Ling-li Tseng / 11 people

Ling-Li Tseng

Ling-Li Tseng (1985, Taiwan) combina seu interesse pelo design com o ensino da próxima geração de criadores na universidade. Possuindo mestrado em arquitetura e design pela Cooper Union e pela Universidade de Harvard, seu trabalho transita entre o reino da imaginação e da praticidade, estabelecendo um diálogo entre o artificial e o natural. A instalação "A Busca do Brilho" (2020) foi criada para o Festival das Lanternas de Taiwan, rompendo com a tradição das lanternas penduradas e mergulhando em um cone oco de pinheiro na floresta. As linhas de madeira transparente, realçadas por luzes internas, combinam uma sensação romântica com tecnologia de construção digital.

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© Charles Emerson, Liz West / Hundreds and Thousands

Liz West

Liz West (1985, Reino Unido) é conhecida por sua combinação de cores vibrantes e luz radiante. Sua fascinação pelos reflexos de cores se manifesta em diversas obras, tanto em espaços internos quanto externos, que consistem em grandes grupos de discos, faixas ou tigelas acrílicas coloridas. Novas cores surgem quando se olha através de um objeto translúcido para outro, ou quando sombras coloridas são projetadas no chão ou refletem em superfícies ao redor. "Hundreds and Thousands" (2021) é uma instalação localizada no parque The Tide, localizado na orla do rio, em Londres. As sombras coloridas resultantes das múltiplas faixas de vidro reflexivo mudam à medida que o sol se move. A impressão vibrante é intensificada pelo arranjo irregular das faixas e pela decisão de não seguir uma disposição com listras verticais precisas.

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© Ishii

Motoko Ishii and Akari-Lisa Ishii

A pioneira do design de iluminação no Japão, Motoko Ishii (1938, Japão), colaborou em projetos com sua filha Akari-Lisa Ishii (1971, Japão), que fundou seu próprio estúdio de design de iluminação em Paris e Tóquio. A embaixada japonesa na Alemanha as convidou para criar um espetáculo com luz em Berlim, marcando o 150º aniversário das relações diplomáticas entre a Alemanha e o Japão. Em 2011, "Light Message for Peace" fez referência ao caminho pacífico que superou a divisão entre a Alemanha Oriental e Ocidental. Além disso, 2011 também marcou o 75º aniversário das Olimpíadas de Berlim durante o regime ditatorial. As diferentes línguas visíveis no Portão de Brandemburgo estavam relacionadas às línguas oficiais públicas das Olimpíadas daquela época. A animação combinou uma projeção da imagem da Terra e a palavra "paz" no sótão com uma iluminação colorida nas colunas dóricas.

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Cortesia dePaula Castillo, foto de Ilsur Khusainov / Electric Sun

Paula Castillo T

A designer de iluminação baseada em Nova York, Paula Castillo T (1986, Chile), estabelece conexões entre o teatro, cinema, arquitetura e artes visuais em seu trabalho. Seu interesse pelo design teatral fica evidente em sua instalação "Electric Sun" (2021) para o Copenhagen Light Festival. Enquanto estamos acostumados com a luz solar entrando pelas janelas para iluminar espaços internos, Castillo T inverte essa direção, criando a ilusão de um sol interior que ilumina o exterior da rua. Isso surpreende os pedestres com uma cena noturna surreal e mágica.

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© Jakob Lerche / We Believe by Tine Beach

Tine Bech 

Tine Bech (1966, Dinamarca) concentra-se em projetos que têm um impacto social positivo por meio de instalações interativas lúdicas. Seu projeto "We Believe" (2017) fez parte do programa Capital Europeia da Cultura e representa uma exploração de como a arte da luz e a tecnologia podem ser utilizadas para conectar cidades. Através de uma sala de controle personalizada, o público pôde iluminar simultaneamente dois edifícios icônicos de Arne Jacobsen, localizados em Aarhus e Londres. A interface contribuiu para o tema da democracia do projeto, colocando as pessoas e a diversão no centro da cidade do futuro.

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Cortesia de Yvette Mattern, foto de James Ewing

Yvette Mattern

Yvette Mattern (1963, Porto Rico), baseada em Los Angeles e Berlim, e formada em Cinema na Universidade de Columbia, concentra-se principalmente em vídeo e cinema. Ela colaborou com diversos artistas em projetos cinematográficos e teatrais, incluindo Cindy Sherman e Diller+Scofidio. Sua instalação de luz a laser intitulada "Global Rainbow" foi apresentada mais de 20 vezes desde 2009. A inspiração para o "Global Rainbow" é do primeiro dia de 2007, quando ela testemunhou um arco-íris dramático e espetacular colidindo com nuvens imponentes sobre Walden Pond, Massachusetts. Essa experiência a comoveu profundamente e a inspirou a criar uma representação artística dela. Em resposta ao furacão Sandy em 2012, Mattern projetou sete feixes de luz laser de alta potência sobre as comunidades severamente afetadas pela tempestade, começando no Lower West Side de Manhattan e estendendo-se pelo Brooklyn em direção a Rockaways. A instalação tinha como objetivo simbolizar a esperança e servir como um apelo à ação para apoiar as comunidades que haviam sido devastadas pelo furacão.

Light Matters é uma coluna sobre luz e espaço escrita pelo Dr. Thomas Schielke. Radicado na Alemanha, é fascinado pela iluminação arquitetônica, e trabalha como formador na empresa de iluminação ERCO. Publicou vários artigos e foi coautor dos livros “Light Perspectives” e “SuperLux”. Para mais informações, consulte www.erco.com e www.arclighting.de.

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Sobre este autor
Cita: Thomas Schielke. "Mulheres artistas exploram a interseção entre luz, espaço, tecnologia e comunidade" [Women Light Artists Explore the Intersection of Space, Technology and Community] 29 Out 2023. ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo) Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/1007731/mulheres-artistas-exploram-a-intersecao-entre-luz-espaco-tecnologia-e-comunidade> ISSN 0719-8906

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